Não te esqueças que na tua obra, no livro vida onde escreves, no teu cotidiano, não haverá comentador fiel a obra. Não se importes como lês, tua vida sempre é póstuma, teu livro encerrado nunca é lido por ti. Faze como melhor podes, e que os outro, que virão depois de ti, julguem o necessário. Sem medo, vá adiante. Não tentes voltar em correções... Essas são desnecessárias. Não há corretor que apague o já escrito. Faze melhor da próxima vez, sem deter-se no anterior.
O fim próximo não lhe deve assustar. Enquanto pena tiveres a mão, escrevas... Necessário é que, não desfalecendo, a pena deixe-se cair.
"Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus."
(Fernando Pessoa)
Seria muito bom poder viver sem arrependimento e sem perdões frívolos...
ResponderExcluir"Só és lembrado em duas datas, aniversariamente:
Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste;
Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada.
Duas vezes no ano pensam em ti.
Duas vezes no ano suspiram por ti os que te amaram,
E uma ou outra vez suspiram se por acaso se fala em ti."
Álvaro de Campos - Se te queres matar
O Fernando Pessoa, ainda que tenho que reconhecer que não conheço muito da obra dele, consegue colocar em palavras certas verdades que são um tapa de luva quando precisamos encara-las.
ExcluirIrmão, obrigado pelo comentário, e não se esqueça do que me deves... rs
Abraços e conto com a sua visita, sempre!