terça-feira, 15 de novembro de 2011

Ratatouille

Costumo julgar se um filme é bom ou não pela minha impressão ao final do mesmo. Se um leve sorriso ou os olhos marejados são o resultado de uma equação onde o resultado da proposta da película é somado ao  o que é transmitido através do som e da imagem. Como já comentei aqui, sou um admirador de animações; e hoje pude novamente ver Ratatouille. Desde o inicio, já me veio a idéia de escrever sobre essa animação. Mas, não pretendo aqui ser um crítico (e escrevendo assim, pareço querer "parodiar" Ego - o Crítico Cruel do filme); sou mais do que um novato na arte de se apreciar filmes, de apreciar o cinema. Não sei muito e gosto de ouvir quem sabe, demonstro minhas opiniões e também não quero saber de todos e tudo o que ocorre na sétima arte. Porém, como estou incluído numa relação catártica ao ver uma película, gosto de manifestar as impressões que em mim ficaram.

Para começar, Ratatouille se passa na França. Como uma animação da Pixar, nota-se o cuidado com o "contexto" onde se passa a história. Os detalhes realmente me deixam impressionado. Sou um admirador da França (ainda pretendo passar alguns meses no país) e ver a música, a comida e a arte tão juntas me deixa deslumbrado. O começo do filme é bem pretensioso: "A melhor comida do mundo está na França, e a melhor comida da França está em Paris." E sim, o filme fala de comida. Mas, quando o vejo, não consigo ficar preso a isso... A própria animação me leva além, me leva a ver que na comida (e porquê não dizer de coisas do meu dia a dia) está não só a nutrição, mas a lembrança, o trabalho, o significado de um sonho, a coragem. Coragem que o protagonista precisa para ser o que é.

Um rato! Em um filme sobre comida, já é um pouco inusitado um rato ser o protagonista, e quando se descobre que esse rato é um cozinheiro, a história se torna mais inusitada ainda! Remy é um simpático rato que tem um paladar e um olfato bem desenvolvido, e durante todo o filme, o embate entre o que é biologicamente e o que é de fato, na sua orientação interior (um cozinheiro) fica nítido. E, seu "mentor" (que o acompanha em todo o filme), tem um lema que incentiva: "Qualquer um pode cozinhar." Mesmo sendo um rato? Remy está no filme para justamente levar ao questionamento: o que se precisa para ser o que se sonha? É necessário algo mais a não ser a habilidade e a coragem? Uma exigência interior (se esta existe e independente de qual seja) é uma vocação para um bem viver ou uma "bobagem" que deve ser deixada de lado, visto os tantos obstáculos?

Mas, ele não é único protagonista. Divide a cena com com Linguini, um atrapalhado jovem que é filho de Auguste Gusteau. Esse último é o dono do conhecido "Gusteau's" e o responsável pelo bordão que leva Remy a 'ajudar' Linguini. Não vou contar o filme, porque já aqui dei alguns "Spoilers", e meu obejtivo não é esse.

Em toda a animação, a Pixar mais uma vez demonstra o porquê de ser uma produtora de tão grande notoriedade. Os detalhes do cenário e da trilha sonora não são deixados de lado, e um bom observador sentirá ainda mais vontade de conhecer a França.  E não poderia deixar de citar a única mulher do filme, Colette. Uma típica mulher francesa. E como é bela! A sua presença no filme deixa ele ainda mais "francês" e não consigo expressar bem a impressão que me passa.

Emfim, Ratatouille é uma animação leve e que consegue prender o expectador até o final. Consegue me levar a pensar, na figura de Anton Ego, o papel do crítico - ou do meu eu auto-crítico (gosto até de reparar isso no jogo com o nome "Ego"). Quando, ao experimentar o simples prato que será submetido a seu julgamento, o Ratatouille e relembra da sua infância, consigo pensar que o "comer" não é um simples alimentar-se, mas que indo além, é um ato que envolve sensações que vão além, ao ponto de me mover do lugar onde estou para o novo. E, disso, fico matutando: quantas coisas simples me fazem sentir um prazer que não posso definir, mas que me faz sorrir e ter vontade de, assim como o agora ex-crítico diz ao então chefe Remy ao final do filme: "Me surpreenda!"

É...quantos "Ratatouille" posso ter para querer que essas coisas que acontecem durante cada minuto me surpreendam...

Fica a dica: assita Ratatouille... Sinta a França e veja um rato gênio e um jovem atrapalhado mudarem os conceitos de "aceitável".


2 comentários:

  1. Esse filme é muito bom! A qualidade das imagens e monumentos históricos é perfeita!
    Também adoro a França, acho que nela tem "magia".

    EXCELENTE post!

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    1. O filme é muito bom mesmo... Está na minha lista de "rever sempre..." É um dos poucos filmes que une uma boa fotografia, uma boa história e boa trilha sonora no quesito animação.

      Obrigado pelos comentários e pelos elogios!
      Volte sempre! Sua visita é sempre bem vinda!

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